Consórcio Imobiliário: Entenda as Vantagens, Funcionamento e os Riscos Envolvidos

O consórcio imobiliário é uma modalidade de financiamento bastante popular no Brasil, especialmente entre quem busca uma alternativa econômica para adquirir a casa própria. Ao contrário dos financiamentos tradicionais, ele não possui juros, mas oferece algumas particularidades e desvantagens, como a necessidade de sorteio para conseguir a carta de crédito e, assim, realizar a compra do imóvel.

O Que é o Consórcio Imobiliário?

O consórcio é um sistema de autofinanciamento onde os participantes contribuem mensalmente para um fundo comum. Esse fundo é administrado por uma instituição financeira, responsável por reunir as pessoas interessadas em adquirir imóveis e realizar a administração dos valores arrecadados. Todos os meses, uma ou mais pessoas do grupo são contempladas com uma carta de crédito, que pode ser utilizada para a compra de um imóvel.

Esse tipo de consórcio também é conhecido por sua aplicação em veículos, mas, nos últimos anos, a modalidade para aquisição de imóveis tem ganhado espaço. O funcionamento é simples: cada participante contribui com parcelas mensais, formando um fundo destinado à compra de um bem. A cada mês, o valor acumulado permite que um ou mais membros do grupo concretizem a compra do seu imóvel.

Como Funciona o Consórcio de Imóveis?

No consórcio imobiliário, os participantes pagam parcelas mensais durante um período predeterminado. A duração do grupo é definida no início, assim como o valor total do imóvel desejado. A cada mês, a administradora realiza sorteios para escolher quais participantes receberão a carta de crédito. Esse documento dá ao sorteado o direito de adquirir o imóvel no valor estabelecido.

Além dos sorteios, os participantes podem dar lances, o que significa antecipar o pagamento de uma parcela maior. Geralmente, o participante que oferece o maior lance tem prioridade para receber a carta de crédito, acelerando o processo de compra. Por exemplo, se um integrante decide quitar 50% do valor restante do consórcio, e ninguém oferece um lance superior, ele será contemplado com a carta.

Custos do Consórcio Imobiliário

Embora o consórcio não envolva juros, ele possui custos adicionais que precisam ser considerados. Entre eles, estão a taxa de administração, que remunera a instituição responsável pelo consórcio, o seguro, que garante a proteção dos participantes em caso de imprevistos, e, em alguns casos, o fundo de reserva, que cobre despesas emergenciais.

Esses custos somados podem ultrapassar 20% do valor do imóvel. Portanto, antes de aderir a um consórcio imobiliário, é fundamental avaliar todos os encargos envolvidos e verificar o custo total da operação. Em contrapartida, o consórcio não inclui o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), uma vantagem em relação aos financiamentos bancários tradicionais.

Como Usar o FGTS no Consórcio Imobiliário

Uma das vantagens do consórcio imobiliário é a possibilidade de usar o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) para facilitar a compra do imóvel. Segundo a Abac (Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios), existem quatro maneiras de utilizar o FGTS no consórcio:

  1. Como lance: O participante pode utilizar até 100% do saldo de sua conta do FGTS para dar um lance. Para isso, ele deve apresentar o extrato do FGTS à administradora do consórcio.

  2. Para complementar a carta de crédito: Se o valor da carta de crédito for inferior ao preço do imóvel, é possível complementar a diferença com o saldo do FGTS. Por exemplo, se a carta for de R$ 300 mil e o imóvel custar R$ 350 mil, o consorciado pode utilizar R$ 50 mil do FGTS para cobrir a diferença.

Nos casos de lance e complementação da carta, o valor do FGTS é liberado diretamente ao vendedor do imóvel. Caso o imóvel já esteja pronto, a liberação ocorre após a assinatura do contrato ou escritura registrada no Cartório de Registro de Imóveis. Para imóveis em construção, a liberação requer a comprovação da conclusão da obra.

  1. Para amortizar o saldo devedor: O FGTS também pode ser usado para amortizar parte do saldo devedor após o consorciado ser contemplado com a carta de crédito e adquirir o imóvel.

  2. Para quitar o saldo devedor: Em casos onde o consorciado já foi contemplado e deseja quitar a dívida total, o FGTS pode ser usado para este fim. Isso é permitido mesmo que exista alguma parcela em atraso.

Considerações Finais

O consórcio imobiliário é uma alternativa interessante para quem busca adquirir um imóvel sem o pagamento de juros. No entanto, é importante considerar os custos envolvidos e as condições de contemplação, que podem exigir paciência e planejamento. O uso do FGTS traz vantagens adicionais, possibilitando que o participante ofereça lances ou complemente a carta de crédito, ampliando suas chances de ser contemplado.

Apesar das vantagens, o consórcio não é a melhor escolha para quem deseja adquirir o imóvel imediatamente, uma vez que depende de sorteio e lances para obter a carta de crédito.